
Setembro é considerado o mês da comunidade surda no Brasil e em diversos países ao redor do mundo. Conhecido como "Setembro Surdo" ou "Setembro Azul", esse período é marcado por uma série de celebrações e lutas que têm como objetivo dar visibilidade às conquistas, aos direitos e aos desafios enfrentados pelas pessoas surdas. No Cabo de Santo Agostinho, uma palestra foi realizada nessa sexta-feira (12) voltada a profissionais de Libras da rede municipal, estudantes com surdez e seus familiares, gestores escolares e comunidade surda. A iniciativa foi da Secretaria Municipal de Educação, por meio da Gerência de Educação Inclusiva.
Com o tema “Identidade, cultura e direitos em movimento”, a palestra aconteceu no auditório do Centro de Formação de Professores e foi ministrada pela professora universitária, mestra em estudos da linguagem, tradutora e intérprete de Libras Mirelly Lucena de Lira, que também é representante da comunidade surda. Ela fez um panorama de toda a história e lutas dessa população para a conquista de direitos, como possuir uma língua própria, além da importância do protagonismo e representatividade dos surdos. “É fundamental para o contato com surdos a convivência na comunidade surda, a participação em eventos e o fortalecimento da educação inclusiva”, pontuou. Ela ainda trouxe atualizações e novos conceitos para conhecimento dos profissionais da área.
A atividade fez parte da agenda de formações dos profissionais intérpretes de libras, mas desta vez foi aberto ao público. “É de extrema importância ampliar a formação para alcançar mais pessoas, de modo que a inclusão e o respeito ao próximo sejam percebidos e colocados em prática por todos, não apenas por quem já vive ou luta pela causa. Precisamos fortalecer esse movimento de conscientização e empatia em nosso município”, destacou a coordenadora de Educação Inclusiva, Danielle Dutra.
A intérprete de Libras Daisy Dulcine atua na rede municipal de ensino há 15 anos e aprovou a iniciativa. “Foi perfeito. Nunca é só conhecimento. Em momentos como esse podemos trocar experiências, ouvir depoimentos, acompanhar as atualizações da nossa profissão. A palestra me tocou muito", comentou.
Patrícia Albuquerque, intérprete de libras da rede estadual de ensino e artista, prestigiou a palestra e parabenizou. “Mirelly é uma referência para todos nós. Mestre em literatura surda, ela sempre traz conteúdos novos e empodera a pessoa surda”, disse.
JORNAL - Também em alusão ao Setembro Surdo, a Gerência de Educação Inclusiva implantou o Jornal 'Conexão Surda', onde a cada dia é compartilhado um marco histórico e curiosidades sobre a comunidade surda. O informativo é divulgado nos grupos do WhatsApp da comunidade surda e é enviado por meio de vídeo e card, onde a intérprete traduz o texto do jornal para a Língua de Sinais.
Por Raíza Muniz

